
FORA DA ROTA


































PANTANAL MATOGROSSENSE
Fomos de Gol, compramos a passagem em uma promoção, ida e volta ficou por R$ 263 . Chegando ao aeroporto de Cuiabá (que na verdade fica na cidade de Várzea Grande) fomos direto a uma locadora de veículos, já que achamos a melhor forma de explorar o pantanal sem gastar tanto. Alugamos um gol branco básico duas portas, sem ar com quilometragem livre (que no fim da viagem ficou completamente marrom de poeira) na locadora Express (dá pra ir andando do aeroporto) por R$ 85 a diária, já com seguro e taxas incluídas. Só depois de conversar com o atendente da locadora descobrimos que em Cuiabá o horário local é diferente do de Brasília e tivemos que atrasar o relógio em 1 hora. Bom que ganhamos mais uma hora para explorar a região. Pegamos a estrada em direção ao centro de Cuiabá que fica a mais ou menos 12 km do aeroporto, passando pela bela Ponte Sérgio Motta sobre o Rio Cuiabá.
A primeira parada foi no Aquário Municipal que estava fechado. Ainda assim pudemos ver vários peixes e até uma tartaruga numa piscina que fica do lado externo. Logo em frente fica o Museu do Rio, instalado num prédio histórico, com espaços de exposição, restaurante, uma capelinha e um mirante. Seguimos para o Mercado do Porto e fomos a um dos pequenos restaurantes que ficam por lá experimentar a tradicional Mojica de Pintado, peixe em cubos ao molho com mandioca (R$ 15 por pessoa, porção bem caprichada). Circulamos pelo mercado, que parece um pouco com as feiras livres que encontramos na Bahia, onde se vende de tudo, frutas, carnes, queijos, doces, temperos. Compramos um pacotinho de doce de leite de sobremesa (R$ 2). Continuando o percurso passamos pelo centro da cidade, avistamos a bela Igreja São Gonçalo e a Igreja de Nossa Senhora do Bom Despacho e chegamos no SESC Arsenal. O lugar é bem bonito, aproveitamos para tirar algumas fotos e conhecer rapidamente o ambiente. Lá existem exposições, cinema, cursos, atividades culturais, oficinas.
Pegamos a estrada em direção a Poconé (100 km de Cuiabá), cidade portal do Pantanal. Logo na entrada da cidade paramos para conhecer o CAT, Centro de Atendimento ao Turista, onde encontramos um terminal eletrônico de informações, loja de artesanato, restaurante e agências de turismo. Na agência da pousada Rio Claro conseguimos um mapa ilustrativo que nos foi bem útil em toda a viagem. Em Poconé nos hospedamos na pousada Pantaneira (www.pousadapantaneira.com.br) que fica no Km 0 da Transpantaneira, ainda na parte asfaltada, dentro do perímetro urbano. Pagando em dinheiro nos fizeram um desconto e a diária para casal saiu por R$ 70, com café. A grande vantagem de se hospedar em Poconé é estar perto da rodovia Transpantaneira. Estrada de terra com aproximadamente 150 km que cruza o pantanal ligando Poconé ao Porto Jofre, principal destino para pesca esportiva.
Como “grandes aventureiros” decidimos explorar a Transpantaneira durante a noite por conta própria. Saímos de carro lá pelas 22:00 horas e logo na primeira tentativa pegamos o caminho errado. Demos meia volta e pensamos em desistir já que parecia um pouco arriscado, mas tentamos outra vez e vimos que bastava seguir reto na estrada em frente a pousada para chegar a placa de entrada oficial da Transpantaneira. Sem nenhuma iluminação no caminho adentramos o Pantanal com certo medo e logo demos de cara um jacaré atravessando a estrada. Depois disso esquecemos todo o risco e seguimos pela Transpantaneira encantados com os animais que víamos pelo caminho. Cruzamos com um grupo de seis capivaras que dormiam tranquilamente a beira da estrada. Pudemos chegar bem próximo e fotografá-las. Continuamos o percurso por uns 25 km e avistamos outros animais que não conseguimos identificar o que eram, mas pareciam felinos. Na volta um grande cervo do pantanal cruzou bem na nossa frente e debandou por debaixo de uma cerca. A experiência foi incrível, mas não sabemos avaliar os riscos.
No outro dia acordamos cedo e percorremos a Transpantaneira, agora a luz do dia. Logo de cara nos deparamos com uma grande cobra verde, azul e amarela cruzando a estrada. Passamos por uma grande quantidade de pessoas pescando nas pontes e nas áreas alagadas. Continuando, encontramos alguns jacarés nas margens alagadas, além araras e diversas aves. Ao longo da Transpantaneira não encontramos nenhum vilarejos, nem casa, apenas fazendas e pousadas, parecidas com Hotéis Fazenda, por isso não se esqueça de abastecer a mochila com lanches e bastante água. Se quiser ficar hospedado vai ter que pagar um pouco mais caro do que o de costume, a diária com pensão completa (almoço, café e janta) varia entre R$ 350 e 450 a depender da pousada e não inclui os passeios que são pagos a parte. Por isso decidimos nos hospedar na cidade de Poconé e fazer os passeios pagando a parte, o que também é possível e muito mais barato. O passeio a cavalo passando por áreas alagadas varia entre R$ 30 e 45, o passeio de barco pode custar de R$ 30 a R$ 60 por pessoa se tiverem outras pessoas para completarem o barco, também tem passeios de bicicleta, tratrem, pesca de piranhas e a noite algumas pousadas oferecem saídas para focagem noturna. Na maioria delas você pode pagar o Day use que varia entre R$ 40 e R$ 50 por pessoa, que incluiu almoço e acesso às áreas de lazer.
Depois de passar por dezenas de pontes de madeiras, chegamos a Pousada Pixaim, instalada numa estrutura de madeira sobre uma área que fica alagada nas cheias. A pousada estava desativada neste período, ficando aberta apenas a lanchonete. Lá também havia um jacaré de "estimação", o Zico, que ficava na área alagada da pousada. Só era chamar pelo nome que ele vinha nadando em nossa direção, em outras pousadas também encontramos jacarés com o mesmo nome, então se quiser chegar perto de um jacaré no pantanal só é pronunciar Zico, Zico, Zico (veja o vídeo). Conversando com o guia que tomava conta da pousada (não consigo recordar o nome agora) acertamos um passeio de barco que incluía pesca de piranhas com varas de bambu por R$ 60 para duas pessoas. O passeio durou 1 hora e o guia muito gentil e simpático nos falava sobre a paisagem e bichos que víamos pelo caminho. O passeio de barco realmente vale muito a pena.Continuamos pela Transpantaneira até o km 95 quando decidimos voltar para a pousada, pois já estava ficando tarde e queríamos sair bem cedo no dia seguinte para conhecer a Chapada dos Guimarães. Na volta ainda paramos para conhecer a Pousada Rio Claro (www.pousadarioclaro.com.br), com sua belíssima área verde, cheia de aves jacarés e muitos outros animais. A noite depois de descansar um pouco na Pousada Pantaneira, fomos ao centro de Poconé comer uma pizza e voltamos para dormir. No dia seguinte acordamos as 04:30 da manhã e pegamos a estrada em direção a Chapada dos Guimarães, foram 100 km até Cuiabá e mais 65 km até a entrada da Chapada.