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BUENOS AIRES

 

Conseguimos uma boa promoção na Gol para comprar a passagem para o mês de junho. A volta saiu por R$ 49 e no total a passagem ida e volta de Salvador para Montevidéu ficou por R$ 650 por pessoa, já com todas as taxas incluídas. Nossa chegada em Buenos Aires se deu por via marítima, combinamos Montevidéu e Buenos Aires numa só viagem. Compramos as passagens pela internet na Colônia Express (coloniaexpress.com/ar) com um mês de antecedência, ida e volta de Montevidéu para Buenos Aires saiu cerca de $ 500 pesos argentinos por pessoa. Geralmente as empresas que fazem a travessia Uruguay-Argentina combinam ônibus e barco, 2:30 h de Montevidéu até a cidade de Colônia Del Sacramiento de ônibus e 1 h de Colônia à Buenos Aires num barco que se assemelha aos ferry-boats que fazem travessia aqui no Brasil. Quando estava preparando esta viagem pesquisei bastante sobre as empresas que fazem a travessia no Rio de La Plata e das três (Buquebus,Seacat e Colônia Express) a Buquebus é sem dúvida a mais estruturada,confortável e mais cara. Na travessia pela Colônia Express não o barco é menor e o porto de desembarque em Buenos Aires não é o mesmo das outras empresas. Enquanto o terminal de Puerto Madero é super sofisticado com lojas e restaurantes numa área nobre da cidade o terminal marítimo de La Boca é bem simples e não tem nada além do controle de entrada e saída de passageiros.

 

Ao tentarmos sair do terminal, nos deparamos com uma fila enorme de pessoas esperando táxi, o que nos levou a utilizar o ônibus como meio de transporte. Atravessamos a rua em frente ao local de desembarque, andamos poucos metros até uma garagem de ônibus (o lugar é pouco movimentado) e entramos no ônibus 31 em direção ao coração da cidade, Plaza de Mayo.O motorista super simpático não deixou que pagássemos a tarifa e nos deu uma carona, a primeira impressão dos argentinos foi das melhores! O ônibus por lá é diferente, não existe cobrador, você põe moedas numa máquina e ela te dá o troco ( somente moedas). Quem é da cidade tem um cartão para usar o ônibus e paga mais barato, ônibus em B.A é muito barato, apenas $ 3 pesos e tem ônibus para os principais pontos da cidade, não há necessidade de alugar carro.

 

Paramos na Plaza de Mayo, era sábado e feriado na cidade. Poucas pessoas circulavam e o centro estava pouco movimentado, estávamos à procura do Hotel Odeon indicado por um amigo. Enquanto andávamos pelas ruas parávamos em hotéis para pesquisar o preço. Andamos bastante com as malas, não pela distância, mas por que ainda não tínhamos um mapa da cidade e estávamos perdidos. Senti que estávamos sendo seguidos, entramos num restaurante para dispistar. O cara também parou e ficou nos aguardando, então aproveitamos para comer algumas empanadas. Andamos mais um pouco e enfim achamos o Odeon. Nos frustamos bastante, o hostel com um ar de casa antiga não era ruim, porém não era o que esperávamos. Ainda por cima a secretária era do interior e não entendia nada que falávamos e nós a entendíamos muito menos. Como estávamos cansados resolvemos ficar uma diária no Odeon, para nossa sorte era preciso pagar naquele exato momento o hotel e nós só tínhamos reais. Fomos procurar uma casa de câmbio e acabamos encontrando um bom hotel por um bom preço. Voltamos ao hostel, inventamos uma desculpa e pegamos nossas malas. Nos hospedamos no Hotel Suypacha, que fica na rua de mesmo nome, por $ 48 dólares a diária para casal (pagando á vista), o quarto era confortável, a cama macia, tudo muito bonito! Descansamos alguns minutos e fomos começar oficialmente nosso passeio pela grande Buenos Aires.

 

Tínhamos pouco tempo para conhecer a cidade, o centro começava a acordar, algumas lojas abriam e os restaurantes convidavam a um vinho. De todas as ruas dava pra ver o Obelisco apontando pro céu. Passeamos pelas ruas de pedestres, a Calle Florida e a Sarmiento são ótimas para quem quer fazer comprinhas. A cada metro éramos abordados por pessoas nas ruas trocando reais e dólares por pesos e apesar de ter uma cotação pior trocamos alguns reais numa lojinha que no fundo faziam câmbio, 1 real x 3,30 pesos. Buenos Aires aceita bem o real e o brasileiros são figuras garantidas nas ruas da cidade. Acho que vi mais brasileiros que argentinos em Buenos Aires... Chegamos à Plaza de Mayo e a Casa Rosada começava a ascender suas luzes, a guarda militar hasteava a bandeira em um ritual patriótico e muita gente observava e tirava fotos. Na Plaza de Mayo também fica o imponente Banco de La Nacion Argentina e a Catedral da cidade, que sinceramente, já vi mais bonitas. Voltando pela Calle Florida entramos no Il Gran Caffé, pedimos um prato de Raviolle e outro de Lomo a lá pimienta, tudo custou 177 pesos. O restaurante aceitava em reais e 1 real era equivalente a 4 pesos, no final comemos muito bem por 45 reais, mais 5 reais de gorjeta para o simpático Garçon colombiano Jhon. O restaurante fica próximo as Galerias Pacífico, o shopping mais bonito da cidade. Um prédio com arquitetura de inegável valor artístico e cultural, comporta lojas de marcas famosas e é uma parada obrigatória para os visitantes.

 

A noite em Buenos Aires ferve, parecia que quanto mais tarde ficava mais pessoas surgiam. Pegamos um táxi e fomos ao bairro boêmio de San Telmo, o táxi custou 27 pesos. Havia alguns pedintes na rua, estava muito frio e algumas pessoas bebiam na Plaza Dorrego e como ainda era cedo (20:00hs) estava pouco movimentado, poucas pessoas estavam nas ruas e a maioria se encontrava dentro de bares e cafés. Tomamos o famoso sorvete de doce de leite da Freedo por 16 pesos, mesmo com muito frio o sorvete estava uma delícia, o melhor sorvete que já tomei na vida! Logo em frente entramos no Los Talentos, uma espécie de bar e lanchonete muito agradável, com quadros de Mafalda e Gardel, que aceitava reais numa cotação de 1 real para 4,50 pesos, muito bom! Pedimos 2 fatias de Pizza, um Chopp, uma faina e um copo de vinho. Pagamos 39 pesos, na cotação surreal, tudo isso custo R$ 8,60. Pagamos com uma nota de 100 reais e ainda recebemos o troco em pesos, o que se tornou a melhor forma de se trocar dinheiro em Buenos Aires, nas casa de câmbio 1real estava valendo menos de 2 pesos, o que era uma péssima cotação. De volta ao centro lá pela uma da manhã andamos pelo comércio e ainda tinha bastante movimentação pelas ruas, mas fomos direto ao Hotel dormir.

 

Acordando pela manhã percebi que ainda estava um pouco escuro e poucas pessoas circulavam pelas ruas, era 8 horas e a cidade ainda dormia. O café-da-manhã do hotel era simples, tomamos um café com medialunas e partimos para La Boca. Nosso plano era ir de ônibus , mas os pontos de ônibus lá são diferentes. Existem pontos determinados para os ônibus pararem. Ficamos procurando o ponto em que parasse o ônibus para La Boca mas tava complicado achar, então resolvemos pegar o táxi, a corrida foi mais cara do que o normal comparado as outras distancias que percorremos de táxi e suspeitamos que o taxímetro estava adulterado (o que dizem ser comum), pagamos 61 pesos até o Caminito, o que ainda assim foi barato comparado ao que pagamos em Salvador. Passamos pelo Estádio La Bobonera, mas como não gostamos de futebol preferimos passear pelas ruas coloridas de La Boca, entrar nas lojinhas de artesanatos e assistir shows de tango na rua. O Caminito é realmente muito pitoresco, é um museu a céu aberto. Porém eu já estava cansando de encontrar brasileiros turistando por lá. Partimos no ônibus 29 até a Feira de Pulgas de San Telmo, o ônibus custou 3,25 pesos.

 

O Mercado de San Telmo abriga uma enorme feira de antiguidades aos domingos. Lá você encontra de tudo, desde de broches à casacos. É impressionante a variedade de coisas que encontramos por lá, ficamos encantado com todas aquelas antiguidades, pra quem gosta desse tipo de cousa é realmente um passeio imperdível. Próximo a Plaza Dorrego começa uma enorme feira de artesanatos ao ar livre. As ruas estavam lotadas de turistas ( brasileiros é claro), vendedores e muito artesanato. Luvas, cachecois, blusas, quadros, brincos além de artistas de rua, e uma infinidade de outras coisas que viamos em San Telmo. Estava difícil de andar com a multidão que transitava nas calles (ruas). Na esquina da Calle Defensa com a Chile tem uma estátua de Mafalda sentada, legal para tirar uma foto se não encontrar uma grande fila de pessoas querendo fazer o mesmo. Preferimos continuar o passeio sem a foto da querida personagem.

 

O próximo destino foi Palermo, um bairro muito bonito, tranquilo e arborizado. Pegamos um ônibus para o Planetário e descemos no Parque 3 de Febrero. No parque visitamos El Rosedal, um lugar lindo, com muitas rosas e pontes sobre lagos. Na extensão de todo o parque as pessoas praticam esportes como patinação, skate, hóquei, ciclismo, ginástica e corridas. Até acontecem algumas aulas de Ginastica coletivas. Muitos passeiam com a família, namorado, cachorro e brincam nos pedalinhos. Também há um Jardim Japonês lindíssimo em Palermo. O parque é um ótimo lugar para ir depois do almoço no domingo, explore as inúmeras praças de Palermo. Bueno Aires é uma ótima cidade para caminhar, as ruas são bem sinalizadas e organizadas. Se estiver disposto pode ir andando de Palermo ao MALBA, Museu Latinoamericano de Buenos Aires e à Florais Genérica, monumento bem famoso na cidade.

 

Pegamos outro ônibus e fomos conhecer Recoleta, um bairro muito charmoso, lá visitamos o Buenos Aires Designer e o Centro Cultural Recoleta, tava até acontecendo um grande show grátis. Bem próximo ao Centro Cultural estava a feirinha de Recoleta, muitos artigos de lã e couro podem ser encontrados por lá. Bem pertinho também fica a Igreja de Pilar uma bela igreja, com belas pinturas e esculturas. Ao Lado da igreja fica um ponto turístico da cidade, o cemitério de Recoleta onde está enterrada Evita Perón. Como já era noite o cemitério estava fechado e não pudemos conhecer, então andamos pelas ruas iluminadas do charmoso bairro Recoleta. Muitos restaurantes nos chamava a atenção pelo preço dos pratos, comer na Argentina é muito barato. Jantamos em Recoleta, Rua Junin, no Restaurante Clark’s, um tradicional restaurante do bairro fundado em 1974. Como só um de nós estava com fome pedimos uma promoção individual (mas acabamos os dois comendo) que servia empanada de entrada, lombo com batatas no prato principal, um delicioso pudim com creme de leite de sobremesa e ainda uma taça de champanhe que acabamos esquecendo de pedir. Tudo saiu por $ 69 pesos.

 

De Recoleta pegamos um ônibus para Plaza de Mayo. Descendo na Plaza caminhamos um pouco até chegarmos no famoso Puerto Madero. Prédios super modernos, hotéis cinco estrelas, luzes e cassinos em contraste com as casas clássicas do centro. Puerto Madero parece uma outra Buenos Aires. A Puente de La Mujer é realmente incrível e a noite fica mais bonita com toda a iluminação de Puerto. Não deixem de conhecer. Na volta ao hotel fui tentada por alguns doces na vitrine de um café, acabamos entrando e tomando um cappuccino com doces.

 

No dia seguinte pela manhã passeamos pelo centro, entramos em lojas, compramos algumas lembrancinhas e fomos na Livraria El Ateneu que fica no centro (não a tradicional, mas uma filial). Perdemos o horário e já era quase 12 horas, nosso barco partiria 12:30 para o Uruguai. Pegamos um táxi para o terminal, mas o embarque já estava encerrado. Com as malas na mão, sem direito a reembolso e com apenas 10 pesos nas mãos tivemos que pegar um ônibus (gastando quase todo o dinheiro que nos restava), sem saber ao certo onde ir. Paramos em San Telmo na intenção de trocar reais por pesos e usar a rede wifi no restaurante Los Talentos, onde tinhamos estados no dia anterior. Encontramos o restaurante fechado e por sorte conseguimos usar a rede wifi pelo lado de fora. Entramos na internet pelo celular e pesquisamos passagens de volta para o Uruguai, difícil foi encontrar um horário não muito caro naquele dia, mas encontramos na Seacat (www.seacatcolonia.com) por $ 351 pesos por pessoa. O Barco partiría 19 horas do Terminal de Puerto Madero, então passamos o resto da tarde em Puerto e me impressionei com o terminal que é lindo e moderno. Apesar de termos comprado as passagens na Seacat, embarcamos num barco enorme da Buquebus, acho que as empresas têm algum acordo, dentro tem restaurante, Dutfree (mercado que vende produtos importados a preços baratíssimos, livre de impostos) e transporta carro também. Chegando em Colônia entramos no ônibus em direção a Montevidéu, abandonando nosso plano de passar o dia em Colonia del Sacramiento.

 

Enfim! Posso concluir que Buenos Aires é linda, cheia de lugares para conhecer, um ótimo lugar para comer bem e está cheia turistas brasileiros! 

© 2013 por MURILO DEOLINO e LORENA SALES

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